A Casa do Dragão perdeu um dos seus personagens mais importantes esta semana

A Casa do Dragão perdeu um dos seus personagens mais importantes esta semana

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(Nota do editor: Esta história contém spoilers de Casa do Dragão temporada 2 episódio 4.)

A Dança dos Dragões acaba de reivindicar o Targaryen mais influente até agora. E não, não estamos falando de Aegon (Tom Glynn-Carney) — estamos falando da Princesa Rhaenys (Eve Best), que fará muita falta após sua morte angustiante e triunfante no episódio 4. Uma peça-chave no conselho de Rhaenyra (Emma D’Arcy), Rhaenys caiu com o mesmo alto nível de graça, persistência e moralidade que ela manteve firme durante seu tempo em Casa do Dragão.

E pelo menos temos uma baita luta de dragões com isso também. Começamos na área contestada de Rook’s Rest, onde Rhaenyra envia Rhaenys para demolir o exército invasor de Criston Cole (Fabien Frankel). “Vamos para a batalha de novo, minha velha”, diz Rhaenys enquanto embarca em Meleys em Dragonstone, um verdadeiro puxão nas cordas do coração enquanto a dupla começa o que agora sabemos que será sua última jornada juntos.

Antes de encontrar sua própria morte, Rhaenys tem um último hurra, espancando até a morte um Aegon bêbado e não convidado. Mas quando Aemond (Ewan Mitchell) chega a bordo de Vhagar, tudo acaba para todos eles. Aegon cai primeiro. Então Vhagar crava os dentes no pescoço de Meleys. Meleys se vira para encarar seu cavaleiro, um aviso de que a derrota está chegando, e Rhaenys simplesmente concorda. A jornada deles juntos acabou. Mas eles fizeram um ótimo trabalho juntos, não fizeram? Enquanto a dupla desce em espiral para o chão juntos, o olhar no rosto de Rhaenys é menos de medo e derrota e mais refletindo uma resignação pacífica e compreensão do que deve ser feito.

Embora a perda de Rhaenys possa ser trágica, sua morte é magnífica e poderosa. Na verdade, pode ser a melhor cena da 2ª temporada até agora — pelo menos a princesa não morreu em vão. Conforme o episódio chega ao fim, um Criston machucado rasteja pela floresta vizinha para encontrar Aemond agachado sobre seu irmão e Sunfyre. Aegon está fora de combate. Tanto ele quanto Sunfyre parecem estar mortos, morrendo ou feridos além do reparo. Basicamente: a morte de Rhaenys levou à maior vitória do Time Preto — ou da guerra — nesta temporada.

Mas isso não quer dizer que este não seja um grande revés para Rhaenyra e seu conselho. Rhaenys famosamente (ou melhor, infamemente) nunca se sentou no topo do Trono de Ferro, conhecida como a “Rainha que Nunca Existiu”. E ainda assim, Rhaenys era alguém que sempre podia liderar de dentro da dinastia Targaryen, uma voz calma e humilde da razão. Ela entendia o valor da paz, como quando obedientemente entregou o trono ao seu primo mais novo Viserys (Paddy Considine). Mas talvez mais importante, Rhaenys também sabia quando interromper essa paz — como quando, no meio da 1ª temporada, ela lutou com unhas e dentes para garantir que Driftmark passasse para ela caso Corlys (Steve Toussaint) morresse. É essa mesma energia para manter as mulheres em suas posições de direito que tem sido um trunfo para Rhaenyra na 2ª temporada.

Foto: Ollie Upton/HBO

Rhaenys (Eve Best) está sentada entre Rhaenyra (Emma D'Arcy) e um de seus conselheiros em uma pequena reunião do conselho

Foto: Ollie Upton/HBO

Em outras palavras, Rhaenys entendeu a importância de escolher uma batalha. Essa é uma habilidade essencial no meio de uma guerra: saber quais batalhas travar e quais evitar a todo custo. Em seu pequeno conselho, Rhaenyra é cercada por homens que querem apertar botões e atacar o Time Verde em todas as oportunidades. Em qualquer impasse, Rhaenyra lançava um pequeno olhar para Rhaenys em busca de algum tipo de selo não verbal de desaprovação ou aprovação sobre como seguir em frente com a disputa Targaryen em andamento. Essa comunicação silenciosa acontece em quase todos os episódios da 2ª temporada até agora, incluindo na reunião final do conselho de Rhaenys, uma confirmação silenciosa de que, sim, enviar Meleys para a batalha é a melhor opção, por mais perigoso que seja.

Agora, para quem Rhaenyra vai olhar quando precisar de uma cabeça limpa? Daemon? Até parece. Mas Rhaenyra certamente precisará encontrar outra força orientadora em sua vida sem Rhaenys. Talvez ela precise olhar para a próxima geração de mulheres em sua família — tanto pelo bem do Time Preto, quanto porque Casa do Dragão deve continuar examinando suas personagens femininas através de lentes feministas, como a série fez com Rhaenys.

Porque enquanto o show ganhou uma cena de luta de dragão matadora, ao mesmo tempo, perdeu um ícone feminista. O apoio fiel de Rhaenys a Rhaenyra foi monumental na luta contra Aegon — de qualquer forma, quando a guerra começou, Rhaenys poderia ter ficado do mesmo patriarcado que a impediu de se tornar rainha sobre Viserys. Se Rhaenys não pudesse ser rainha, por que ela se sentiria tão inclinada a continuar lutando contra os homens (e mulheres — olhando para você, Alicent!) que deixaram as mulheres Targaryen de lado. Mas não — Rhaenys ficou do lado que parecia certo, finalmente defendendo sua moral e ajudando a equipe que proporcionaria o melhor futuro para suas netas Rhaena (Phoebe Campbell) e Baela (Bethany Antonia).

Para ser justo, qualquer um que derrotasse Aegon Targaryen se tornaria um ícone no instante em que o fizesse — mas é maravilhoso que Rhaenys tenha sido quem deixou a marca. Ela pode nunca ter sido uma rainha no sentido literal, mas no sentido mais simbólico da palavra, ela sempre será uma rainha em nossos corações. Ela lutou pelo melhor do reino e das mulheres dele, e ao fazer isso, tornou-se uma verdadeira lenda Targaryen.

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